MESTRE APRENDIZ

Autor: Augusto César Fagundes de Souza - Donizete Aparecido Tiburcio

 MESTRE APRENDIZ

 

 

                                RAMOS, Paulo. Como tornar-se um Professor Inesquecível

na Metadisciplinaridade. 7. ed. Blumenau: Odorizzi, 2010.

 

 

Ser ou não ser! Não deve ser mais uma questão de dúvida, parafraseando Shakespeare; no que diz respeito à construção de um profissional de qualidade; não que se deva ser abandonar a reflexão crítica “jamais”, quanto aos valores que fazem parte dessa construção, e sim que seja uma questão de escolha pessoal do ser.

Ser professor, para muitos é uma tarefa fácil, para esses basta ter uma formação básica acadêmica e pronto, vai à sala de aula dotado do direito divino do saber, e repassa fragmentos do seu conhecimento a um grupo de ouvintes passivos; que ouvem apáticos e memorizam os conteúdos; felizmente não para todos.

Para outros com uma visão mais consciente e útil, ser professor é simplesmente sublime, pois é a possibilidade de uma existência; de representar uma significativa participação no grande cenário que é a vida, como um agente transformador e real, que possibilita não só a ele mesmo bem como a aqueles que o ouvem uma inefável experiência.

Em se tratando da obra resenhada, pelo seu título instantaneamente parece ser um manual atitudinal para a prática docente do professor, e se não quer ser, advogo que assim o deveria; bem como lido quanto praticado.

Como tornar-se; já evoca um chamamento, um professor inesquecível; incita, mas quando diz na metadisciplinaridade; complicou! Isso só se analisando o título da obra.

Inicialmente o autor conta sua vida acadêmica, destarte, causa um conjunto de reações, que vão do espanto à indignação, ora por nos transportar como que numa dimensão paralela, vivenciando pessoalmente aquelas situações, ora como espectadores de um filme trágico enquanto experiência e cômico como história e discorre os fatos que aconteceram em sua caminhada nos levando a compreender o porquê do seu empenho em escrever sobre o contexto educacional, pois quando se lê sobre julgamentos precipitados intrinsecamente remete-nos a identificar o preconceito e a ignorância.

Em conseguinte pode-se identificar a dialética como mola propulsora, que induz ao enlaçamento das proposições.

A dialética é a arte do diálogo, da contraposição e contradição de ideias que leva a outras ideias, portanto é uma ação constante que gera o movimento, pois bem, identificado que só pode se tornar um professor inesquecível aquele indivíduo que reconhece que o saber não é um ato de repetir fórmulas postas, mas sim buscar constantemente o conhecimento, segue naturalmente a indagação do que é a metadisciplinaridade.

Ela é movimento, é ação, está intimamente condicionada à dicotomia processual metadisciplinaridade/dialética, reunindo conceitos atitudes e procedimentos, que causam a reflexão e se traduzem em sustentar uma educação qualitativa.

O cenário em que desenrola este assunto é principalmente a relação ensino/aprendizagem, onde os valores e ideias sob a tutela antropológica focam o ser humano nas suas mais variadas percepções.

As relações interpessoais passam por uma reestruturação, visto que estão saturadas de comportamentos arcaicos e dispensáveis, significando uma necessária retomada de posições, onde um entendimento universal sobre as diferenças é importante e fundamental.

Ainda sobre a obra, para não se perder muito em considerações filosóficas, se fala de como o professor deve orientar sua prática docente, desde sua formação inicial até as formas de postura; o que chama a atenção é quando se diz que o professor deve ensinar aos seus alunos a tomar consciência dos seus sonhos, isso é muito significativo; mas muito difícil de por em palavras, estando no campo da subjetividade pessoal, possui muitas interpretações.

O que a obra propõe é muito válido, e nem sempre será aceito integralmente por todos, mas como diz o ditado “que toda unanimidade é ignorante” o certo é que seja lida e relida, porque toda vez que isso é feito parece surgir novas conexões mentais, novas interações, nos faz querer entender e fundamental, nos faz quer ser esse professor dito inesquecível.

Uma vez mais  reconheço a propriedade de espírito e  o conhecimento do autor, nessa obra muito embora se evoque a ideia de como tornar-se um professor inesquecível, para mim significou uma perspectiva de como deve ser um professor de verdade, independentemente de ser ou não ser inesquecível.

 

                                           

Augusto César Fagundes de Souza

Jaraguá do Sul

 

 

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