AVALIAÇÃO: PUNIR OU EDIFICAR?

Autora: Josiane Cardozo Kieckhoefel

AVALIAÇÃO: PUNIR OU EDIFICAR?
 
 
RAMOS, Paulo. Os Pilares da Metadisciplinaridade para
Educação e Avaliação. 5.ed. Blumenau: Odorizzi, 2007.
 
 
 
            Tudo que fizemos é motivo para avaliação. Cada palavra bem ou mal dita, cada gesto, cada palavra escrita, cada atitude são motivos para atrair olhares e comentários avaliativos. Porém, da mesma forma que estamos sendo constantemente avaliados, também avaliamos. Nada escapa a crítica, seja esta destrutiva ou construtiva...
            Quando pensamos em educação não poderia ser diferente, visto que, normalmente e lamentavelmente, cada aluno vale o quanto somou de pontos durante um bimestre. É o tal, soma todas as notas e divide pela quantidade de notas que o professor achou correto e justo o aluno ter e valer. E, o que me parece pior, é que exaustivamente se tem falado em avaliação como forma de edificar, mas, na prática, o que realmente continua acontecendo é uma forma discreta de punição, retendo e excluindo quem não conseguiu atingir a “média”, o padrão exigido.
            A avaliação, sendo parte integrante da relação ensino-aprendizagem consiste num processo de observação, investigação e reflexão constante da ação pedagógica e deve servir como orientação para que o professor perceba o quanto ele pode ainda contribuir com o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos que estão sob sua responsabilidade.
            Mudança é a palavra chave para uma nova forma de avaliar.
E para que se consiga quebrar paradigmas é necessário conhecer os nossos alunos, saber seus anseios e dialogar sempre para então compreendê-lo.
Uma avaliação coerente e eficiente, que se torna essencial para garantir a qualidade na educação, é buscar identificar saberes e fazeres prévios dos educandos, relacionar conhecimentos construídos fora da instituição “escola” com os promovidos dentro da mesma, fornecendo aprendizagens cada vez mais significativas. Esta serve para adaptar projetos e atividades às características, necessidades e manifestações que os educandos apresentam no decorrer das propostas vivenciadas, além de colaborar para que o professor perceba o quanto seu trabalho ainda pode ser melhorado e aperfeiçoado.
Quando o autor fala sobre a ausência ou a pouca formação, ressalto aqueles que, apesar do déficit de formação, possuem sensibilidade. Essa sensibilidade que, não muito raramente, nos professores com muitas habilitações, são perdidas.
Certamente é imprescindível estar sempre atualizado e em constante formação, porém, sem perder o “bom-senso” e o humanismo que há tempos parece estar adormecido em qualquer área, inclusive na educação.
Com estas certezas, é necessário incorporar uma nova forma de ver e fazer avaliação, compreender que cada aluno é um ser único, que apreende e aprende o saber de forma diferente e buscar estratégias coerentes e includentes que ajudarão a fazê-lo refletir e agir de forma autônoma e consciente. E muito mais necessário e urgente é acreditar que não existe aluno incapaz, existe sim, aluno que ainda não teve oportunidade de mostrar o quanto é bom.   
 
Josiane Cardozo Kieckhoefel
Professora