DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: COMO SUPERÁ-LAS?

Autor: Liamara Tais Zapelini Bertoldi

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: COMO SUPERÁ-LAS?
 
 
RAMOS, Paulo; RAMOS, Magda Maria. Implicações e Superações
nas Dificuldades de Aprendizagem. Massaranduba: IESAD, 2011.
 
 
A aprendizagem está ligada intimamente à criança e, também, ao adulto. O ato de aprender é inerente a todo o ser humano. Ao observar uma criança durante seu desenvolvimento, percebe-se que constantemente ela procura aprender algo. Nesse sentido, pode-se dizer que a busca pelo conhecimento se configura em um ato de prazer, principalmente para a criança.
 Os fatores que interferem esse processo de aprendizagem podem ser fatores como: orgânicos, específicos, psicógenos e ambientais.
            A teoria da neuroplasticidade, preconiza que o cérebro natural tem capacidade de mudar, formar novas conexões e gerar novas células cerebrais em respostas as experiências diversificadas. Este conhecimento segundo Ramos e Ramos (2011, p.7) deu a busca a estímulos cerebrais que possam promover a aprendizagem. O cérebro através das atividades diversificadas busca novas conexões neurais pelo poder da neuroplasticidade, superando as áreas do cérebro que comprometem a aprendizagem.
           O desenvolvimento cerebral depende de oportunidades apresentadas às crianças e, nesse sentido, convém ressaltar a importância de experiências inovadoras e com processos diferenciados de elaboração, para que o cérebro trabalhe com conexões usuais ou que ele seja impulsionado a criar novas estruturas para a solução efetiva de problemas. A verbalização espontânea e um bom equilíbrio emocional podem mascarar os transtornos de aprendizagem, decorrentes de situações que podem ser responsáveis pelas dificuldades de aprendizagem como: dislexia, hiperlexia, dislalia ou disgrafia, que devem ser diagnosticadas precocemente, evitando maiores prejuízos na alfabetização ou fases subsequentes.
          Portanto, a avaliação nesses casos tem sido debatida por inúmeros pesquisadores que entendem que sua prática suscita muita polêmica, tanto na área educacional quanto na área clínica. Conforme Ramos e Ramos (2011, p.12):
 
O ato de avaliar carrega uma grande subjetividade, bem como uma responsabilidade sobre seus resultados, considerando que o objeto de análise requer instrumentos e procedimentos que podem ser dúbios ou infinitos, conforme a análise de quem irá avaliar ou aferir. A associação desses fatores, ou suas interferências podem resultar em dificuldades de aprendizagem.
 
 Segundo Ramos e Ramos (2011, p. 13):
            
A escola funciona como uma engrenagem, em que cada segmento interfere no outro, de forma a comprometer um de seus setores se houve falhas no comando que não se assustem ao sistema, e o prejuízo pode recair no resultado final, ou seja, no próprio aluno.
 
             Acredito que o caminho norteador para o atendimento a esta demanda, seria um atendimento diferenciado, considerando cada especificidade, consiste no olhar à individualidade de cada criança a ser atendida.
            O professor enquanto facilitador e, também, promotor de aprendizagem (referindo-se, nesse caso, principalmente aos alunos com déficit de aprendizagem), deve se autoavaliar de forma a verificar a unidade didática foi devidamente preparada, se o encaminhamento metodológico contempla a compreensão do aluno, se ele permite que os alunos participem das aulas, se sua relação com a turma favorece a empatia destes, enfim, se suas aulas são prazerosas para as duas partes: professor e aluno.
             Para isso, temos que admitir a diversidade humana em sala de aula, a individualidade de cada aluno reconhecer sua herança cultural, sua relação com o saber, suas atitudes, sua maneira de aprender, é estar sempre sensível a essas diferenças, ajustando, de maneira mais sistemática e individualizada.
 Com o surgimento da inclusão na escola a psicopedagogia surgiu na necessidade de compreensão e intervenção no processo de aprendizagem, no que se refere às dificuldades de aprendizagem. Há alguns anos, os problemas de aprendizagem eram encaminhados a especialistas de área médica que, por suas características de trabalho, pouco tinham a fazer por essas crianças.
 Mas quando não temos psicopedagogos na rede de ensino? Sendo assim reforço a importância do professor no processo de inclusão, este profissional não pode trabalhar sozinho na busca de avanços no desenvolvimento e na aprendizagem desse aluno. O professor ao constatar o problema ao observá-lo e descrevê-lo. Ao descrever as contingências do seu contexto e discutir com os pais, contribuição da direção e orientação da instituição escolar, de modo a buscar estratégias pedagógicas diversificadas, reajustando sua prática para obter acompanhamento no decorrer da trajetória da instituição do aluno. Ou seja, o professor necessita de suporte desse profissional que está faltando tanto na unidade escolar quanto no sistema mais amplo de ensino.
A Psicopedagogia se apresenta como resposta a esse desafio, em que a atuação dos psicopedagogos, além de trabalhar as dificuldades de aprendizagem e detectar problemas no aparelho escolar, é analisar as características multidisciplinares do educando ou seja, seus padrões evolutivos aos normais ou resultantes de fatores orgânicos. Estudam também várias influências que interferem na aprendizagem, como relações de família e sociedade.
             Segundo Ramos e Ramos (2011, p.51) A Psicopedagogia se reveste de grande importância para a educação, por seu caráter multidisciplinar e diagnóstico. Por meio da análise dos problemas de aprendizagem, ela procura orientar os educadores e família sobre nos procedimentos mais adequados a cada situação. Com o apoio desse profissional com certeza a inclusão terá melhores resultados. E o professor terá o apoio necessário para melhorar ainda mais na sua docência.
 
 
Liamara Tais Zapelini Bertoldi
Massaranduba – Jaraguá do Sul